quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2009 em revista


Barack Obama foi a personalidade do ano na revista TIME em 2008, mas 2009 foi o ano de Obama. Tornou-se oficialmente em Janeiro o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, e acabou o ano a receber o Nobel da Paz. Pelo meio ficou a habitual oratória, as promessas que estão por cumprir, e um discurso que não agrada a todos. Pela primeira vez na História o mundo ficou em suspenso para saber que cão ia ocupar os jardins da Casa Branca, e foi a primeira vez que um português foi muito falado em terras do Tio Sam. Por isto e muito mais, Barack Obama é a PERSONALIDADE DO ANO no Bairro do Oriente.


Foi na noite de 25 de Junho que o mundo recebeu uma notícia chocante: morreu Michael Jackson, o maior símbolo pop dos últimos 30 anos. A morte prematura do cantor deveu-se ao cúmulo de uma espiral de decisões infelizes que Jackson tomou nos últimos 20 anos. A persistência com as operações plásticas, as alegações de abusos de menores, a especulação sobre o seu estado de saúde. Michael Jackson respondeu a tudo isto com a resposta mais simples, e surpresa ou talvez não, conseguiu ser o artista mais vendido em todo o ano, pela primeira vez desde 1991. E é por isso que a morte de Michael Jackson é O ACONTECIMENTO DO ANO na humilde opinião do autor deste blogue.


A região de L'Aquila, em Itália, foi abalada com um forte sismo, que matou mais de 300 pessoas e desalojou 40 mil. O governo italiano providenciou habitação provisória em tendas, e o primeiro-ministro Sílvio Berlusconi disse-lhes que fizessem de conta que "Iam acampar pelo fim-de-semana". Podia ter escolhido qualquer outra citação do hilariante Berlusconi, mas acho que esta ganha o prémio da FRASE PARVA DO ANO.


Uma história que dava um filme. Um jovem pobre de Mindanao sobe pelo próprio pulso, ganha seis títulos mundiais de boxe em pesos diferentes, canta, representa e ainda tem tempo para uma carreira política. Manny Pacquiao, 31 anos, lutador de boxe, éo ATLETA DO ANO para o Bairro do Oriente.


"Poker Face" foi a música mais ouvida de 2008 e deste ano. A sua intérprete, esta personalidade estranha, conhecida pelos seus mil disfarces, e que dá pelo nome de Lady GaGa. Stefani Joanne Angelina Germanotta ganha o prémio de ARTISTA DO ANO, graças à sua originalidade e extravagância.


Em Abril deste ano uma senhora de 48 anos com uma aparência muito vulgar tomou o mundo de assalto com a sua intepretação de "I dreamed a dream" num programa de talentos da TV britânica. No mesmo ano perde a final, grava um disco que se torna um recorde de vendas online, e tem o vídeo mais visto de sempre no YouTube. Nem era preciso a imagem, já todos perceberam que se trata de Susan Boyle, a SURPRESA DO ANO.


Aproveitando-se de uma oposição fraca e desorientada, José Sócrates voltou a ganhar as legislativas, se bem que com maioria relativa. O povo atesta a incompetência com falta de alternativas. O facto que me leva a considerar o nosso primeiro-ministro como PERSONALIDADE PORTUGUESA DO ANO é pela forma como consegue fugir tão bem das armadilhas que lhe são montadas. Ou isso ou o tal charme que dizem que Sócrates irradia...


Eles esmiuçaram, esmiuçaram e esmiuçaram e trouxeram um tom mais light às disputas eleitorais em Portugal. O programa "Gato Fedorento Esmiuça os Sufrágios" ganha (de longe) o prémio de PROGRAMA TELEVISIVO DO ANO.


A Gripe A, conhecida primeiro por "gripe suína", matou 14 mil pessoas desde Maio e infectou milhão e meio. 2009 foi o ano da primeira pandemia do século, e poderá ter pavimentado o caminho para décadas de pandemias e doenças nova. A pandemia da Gripe A foi assim, a PIOR NOTICIA DO ANO.


Em Macau celebraram-se os dez anos da criação da RAEM, e o ex-secretário para aos Assuntos Sociais e Culturas, Fernando Chui Sai On, assume os destinos do território para os próximos cinco anos. A eleição de Chui Sai On para III Chefe do Executivo da RAEM foi o ACONTECIMENTO DO ANO EM MACAU, no ano de 2009 que agora finda.


E o ACONTECIMENTO DA DÉCADA é, sem sombra de dúvida, o aparecimento da blogosfera. (Esta foi só para provocar...).

Feliz 2010!

Doentinhos


O site TVI 24 comunicou hoje que Zé Pedro foi internado de urgência devido a uma «hemorragia digestiva alta». O músico dos Xutos & Pontapés está «estável», mas ainda se contra «sob vigilância médica», de acordo com a nota de imprensa enviada pela assessoria da banda. O mesmo comunicado informa assim sobre o cancelamento do concerto de fim de ano dos Xutos, que estava marcado para as primeiras horas de 2010 na Torre de Belém, em Lisboa, e que a banda lamenta esperando a «boa compreensão de todos». As melhoras para o Keith Richards português, e que como promessa de Ano Novo cometa menos excessos em 2010. A idade não perdoa...


Manuel Machado não foi passar o Natal a casa. O treinador do Nacional que foi há um mês internado com um intestino perfurado por uma lipoaspiração mal feita ainda inspira cuidados, e vai perder o resto da época desportiva. Era bom que quando estivesse recuperado, o Manuel Machado desse a cara por uma campanha para prevenir as pessoas dos perigos das cirurgias mal feitas, ou dos médicos sub-qualificados. Como o treinador do Nacional é um homem correcto e inteligente, tenho a certeza que não se importaria.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

É triste


É muito triste a história de Akmal Shaikh, britânico de 53 anos que se tornou ontem o primeiro europeu a ser executado na China em 50 anos. Akmal foi condenado à morte por tráfico de droga. Em 2007, o britânico que tinha muito pouco de britânico (nasceu no Paquistão, viveu nos Estados Unidos e Polónia) trazia consigo quatro quilos de heroína do Tadjiquistão para Urumqi, na província de Xinjiang. A lei chinesa diz que quem transporte mais de 50 gramas daquele estupefaciente é condenado à morte.

É difícil acreditar que Akmal não sabia que levava consigo uma mala cheia de heroína, mas aí é que história ganha umas ramificações um pouco estranhas. Akmal sofria alegadamente de problemas mentais, desordem bipolar e ilusões de grandeza. Como prova, uma associação de direitos humanos e contra a pena de morte, a Reprieve, divulgou este vídeo onde se pode ouvir Akmal a cantar uma música infantil, "Come Little Rabbit", que acreditava "vir levar a paz ao mundo".

O Reino Unido fez pressão junto das autoridades chinesas para reavaliar o caso, desde a detenção em 2007, durante o recurso ao supremo, até à hora da execução por injecção letal, ontem às 10:30 da manhã. A opinião pública britânica divide-se: muitos dizem-se "revoltados" com a atitude da China, enquanto alguma imprensa considera o episódio um simples caso de execução de um traficante de droga. A China reagiu mal às críticas britânicas, e acusou o Reino Unido de "ingerência nos assuntos internos da China". Segundo a justiça chinesa, Akmal Shaikh não tinha qualquer registo de doenças mentais antes do acto que levou à sua condenação.

Sinto que este é um caso complicado de analisar: ou Akmal é um traficante a tomar-nos todos por parvos, com a ajuda de ONGs e governos estrangeiros, ou é um caso patético de mais um dos empobrecidos da sociedade que é usado e enganado por grupos de malfeitores. Confesso que quando vi este vídeo, achei-o arrepiante. O homem queria levar paz ao mundo...com isto? E achava que podia ser uma estrela pop? É mesmo muito triste.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Tirem-me desta década!


Terminamos assim este ano de 2009, e a primeira década do século XXI. O que vão as gerações do final deste século pensar do que fizemos com os anos 2000? Muito mal, de certeza. Se olharmos cem anos para trás, para o que fizeram os nossos tetravós com a primeira década do século XX, encontramos semelhanças. De recordar que depois da triste década de 1900 aconteceram duas guerras mundiais, um crash da bolsa, uma gripe mortífera, um mundo em convulsões, com regimes cada vez mais inquestionáveis e avanços de ideologias perigosas, enfim, ainda não encontraram as semelhanças?

Há dez anos pegámos nesta década com expectativas elevadas: virávamos o século, e ainda o milénio. O mundo parecia uma criança com um brinquedo nas mãos. Depois veio o 11 de Setembro, as guerras no Afeganistão e Iraque, as epidemias, a crise de 2008, enfim, a falência desse banco de esperanças que era o ano 2000. As duas maiores potências nucleares do mundo foram governadas ora por um idiota, ora por um déspota: Bush e Putin. Escusado será dizer que em vez da via da aproximação e do desarmamento, voltámos a uma nova Guerra Fria, desdramatize-se ou não.

As potências emergentes saíram todas daquilo que se chamava “Terceiro Mundo”. A China, India, Brasil ou Angola podem não ser modelos de virtude, mas de tanta confusão optaram pela via da economia, da paz e do reforço da segurança interna. Mas quanto aos direitos humanos, é triste que continuem a acontecer atropelos em toda a parte, e praticamente nenhum país pode dizer que não tem culpas no cartório. Estes últimos dias do ano vêm encerrar a década com chave de ouro: são incontáveis os casos de tragédia, morte, prisão ou tortura que desfilam pelos jornais e noticiários.

Podemos mesmo orgulhar-nos de ter assistido esta década ao regresso da pirataria marítima, ao triunfo da pirataria informática, e o crescendo de todas as formas de pirataria imagináveis. Assitimos ao tsunami financeiro e ao outro também. Se me perguntarem como penso que vai ser a próxima década, numa palavra, eu dizia “merdosa”. Vamos ser sete mil milhões a viver na Terra já em Julho, o que significa que vamos ter cada vez mais ricos, muitos mais pobres, e um regresso penoso à escravatura.

Nota: Tenho tido pouco tempo para actualizar o blogue, como devem ter reparado. Espero que a situação melhore já amanhã ou na quinta-feira, quando vou tentar escrever uma espécie de "Revista do ano". Obrigado por visitar o Bairro do Oriente.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Línguas


1) Detive-me a ver o documentário da autoria de Sylvie Lai sobre o patuá, que passou ontem à tarde na TDM. Bem, sobre o patuá penso que já disse tudo: é um crioulo do português, e devia ser património cultural intangível da humanidade. Quanto ao programa propriamente dito, ficámos a conhecer toda a gente à face da Terra que fala patuá, aprende patuá ou estuda o fenómeno deste dialecto tão querido das gentes de Macau. Foi realmente uma pena que tenha sido uma vez considerado “português mal falado” e sido esmagado pela administração colonial, como tanta outra coisa que terá desaparecido por esses lugares mundo fora onde deixámos a nossa indelével marca lusitana. O patuá foi escrito e falado em inúmeras récitas do grande poetá Adé dos Santos Ferreira, e depois da sua morte em 1993 surgiu o “Doçi Papiáçam di Macau”, o grupo de teatro liderado por Miguel Senna Fernandes, provavelmente a maior autoridade viva do linguajar maquista. Os “Doçi” comemoraram recentemente os seus 15 anos de existência, e todos os anos brindam o público amante do patuá e da comédia em geral com uma peça teatral, com alguns dos nomes que já sabemos de cor. Quem fala realmente patuá, quem ainda comunica nesse doce linguajar, conta-se pelos dedos de uma mão. E há quem diga que o patuá varia de pessoa para pessoa, de família para família, e não existe uma gramática propriamente dita ou um rol de obras literárias de referência. Ao contrário do sânscrito, o patuá falava-se mas não se escrevia. É bom que ainda hajam profissionais liberais que cuidem do patuá por hobby, ou linguístas que o estudem, pois se for para depender das novas gerações, isso não vai pura e simplesmente acontecer.

2) O que me leva ao tema da importância da manutenção da língua portuguesa como um dos idiomas oficiais da RAEM. Muito se tem falado e escrito sobre o assunto recentemente, e é difícil chegar a uma conclusão sobre o verdadeiro futuro do Português em Macau. Por razões de aquartelamento, nunca conseguimos implantar com firmeza a nossa língua colonizadora, ao contrário dos nossos vizinhos ingleses em Hong Kong. É simpático que se façam esforços para que se compreenda de ter uma língua alternativa ao chinês, que faz parte de Macau e torna a cidade diferente das outras no contexto da região de Cantão e da grande China, mas até já conheço pais portugueses que não falam português com os filhos. Os primeiros sinais foram dados pela última geração de macaenses que estudou português, e preferiu colocar os filhos em escolas chinesas. Pragmatismo ou realismo, não sei, mas o Português só se usa na administração, especialmente na justiça, e fala-se entre portugueses, não servindo para muito mais. Por outro lado temos os nossos amigos americanos, australianos, ingleses e outros anglófonos que se queixam do inglês não ser língua oficial, uma vez que estão aqui a investir forte e feio e querem saber com que linhas se devem coser. Parece que o TDM News e o Macau Daily News não lhes enche as medidas. É este o diagnóstico frio e seco.

Arsenal e Manchester United vencem


O Arsenal e o Manchester United sairam vencedores dos seus encontros de ontem da Premier League inglesa. Os londrinos receberam e bateram o Aston Villa com três golos sem resposta. O internacional espanhol Cesc Fabregas foi a estrela do jogo, ao apontar dois golos, isto apesar de ter apenas jogado alguns minutos, e agravado uma lesão que o mantinha afastado. O Manchester United venceu em Hull por 3-1, e ficou assim apenas a dois pontos dos líderes Chelsea. O Arsenal segue três pontos atrás, mas com menos um jogo realizado.

Os amigos de Zico


No Brasil realizou-se um jogo de beneficência entre os campeões, o Flamengo, e um grupo de estrelas denominado "Amigos de Zico". O resultado foi um empate a cinco bolas, muitos golos e futebol espectáculo. Ficam aqui as imagens.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Macau das Igrejas


Gosto especialmente do ambiente de Macau no Natal. Já sei que esta é uma opinião impopular, e muitos (os que podem e têm dinheiro) gostam de sair do território na quadra natalícia, ora a Portugal, ora para paragens mais solarengas. Enfim, enquanto andava pela rua nestes dias do Natal, verifiquei uma fauna pouco habitual de turistas, muito interessada no património e nas igrejas em particular. Congratulo-me que assim seja, e que alguém se lembre que Macau é, afinal, a cidade cristã por excelência da Ásia.

As igrejas, espalhadas um pouco uniformemente por toda a cidade, dando nome às tais freguesias, aquilo que é inglês é conhecido por perish, dão um ar encantador a Macau. Não que eu considere a maioria das igrejas uma obra arquitectónica de excelência; muitas aldeolas em Portugal têm igrejas muito mais bonitas e inspiradoras que a nossa igreja da Sé, S. Domingos ou Nossa Senhora de Fátima - especialmente esta última.

Gosto especialmente de três igrejas em Macau: a da Penha, por razões estéticas, a de S. Lourenço por razões sentimentais, e a de S. Lázaro pelo seu não sei quê de misterioso. A Igreja de S. Lázaro fica situada no Largo com o mesmo nome, integrada numa vizinhança tranquila, ajardinada e sem trânsito, coisa rara em Macau. Gosto de igrejas em locais isolados, como a do Altinho de Ká-Hó, ou em locais peculiares, como a de S. Francisco Xavier. A Igreja de Santo Agostinho fica num local onde passei parte da minha infância, em Santarém.

É sem dúvida muito agradável verificar como de entre os turistas incultos que enchem os casinos e os centros comerciais, outros há que procuram a imensa cultura desta cidade. E o melhor de tudo é que são jovens, o que me deixa com uma grande confiança no futuro.

Fui ver Avatar, e...


Fui ontem ver "Avatar" e fiquei impressionado. Um filme muito bom, sem dúvida, e caro. Ainda mais caro que "Titanic", do mesmo realizador James Cameron, mas com resultados mais espectaculares e interessantes. O filme conta a história de um jovem paraplégico que é nomeado para uma missão espacial devido a ter o ADN idêntico ao do seu irmão, um iminente cientista que morre numa missão anterior. Jake Sully (Sam Worthington), assim se chama o nosso herói, tem por missão vestir a pele de um "avatar", uma espécie de clone das criaturas que habitam Pandora, uma lua próxima da Terra. Em Pandora existe um minério de que a Terra desesperadamente precisa: o "unobtanium" (uma piada...). Em vez de comprar o mineral aos habitantes de Pandora, os Na'avi, a Terra manda uma missão militarizada com o objectivo de destruir os nativos e retirar o minério de graça. Muito politicamente correcta, a observação de Cameron.

Os Na'avi são umas criaturas de cerca de 4 metros de altura, que vivem com a natureza, no sentido literal. Fazem lembrar os índios da Amazónia: vivem na selva, quase sem roupa, e usam armas como setas envenenadas. Na pele de Na'avi, graças ao seu "avatar", Jake integra-se na comunidade, e apaixona-se por Neytiri (Zoe Saldaña), uma princesa da tribo. Não será fácil perceber que Jake se vai tornar mole, desistir de explorar os Na'avi e entrar em conflito com o coronel Miles Quaritch (Stephen Lang, sempre assustador). O que torna ainda as coisas mais complicadas é o facto desta tribo de Na'avi estar "sentada" em cima de uma mina de unobtanium, e de ser necessário a todo o custo retirá-los da terra que é seu santuário.

Isto parece um pouco complicado, mas a fluidez da história, a força dos personagens e os efeitos visuais tornam tudo mais fácil - e deslumbrante - de perceber. O filme fez-me lembrar uma mistura de "Aliens" e "Terminator" (ambos filmes de Cameron, Sigourney Weaver reaparece), salpicado com "Predator" e "Dances with Wolves". Viagens especiais, muitos bichos estranhos, uma língua completamente nova, um deleite para os fãs de ficção científica, também.

O nosso querido...Herman José!



E chegou o dia em que Herman José fez a sua aparição no programa “Dá-me Música”, da RTP. O humorista fez equipa com Dina Aguiar e Cleida Almeida. O Herman tornou-se, infelizmente, o nosso Clodovil. Está gordinho, usa umas roupas esquisitas e uns adereços “estranhos” (o que há com aqueles óculos?), e pinta o cabelo. Ainda me lembro dos tempos em que Herman contava uma piada ou fazia uma graçola e o público desmanchava-se a rir. Hoje batem palmas. O que é feito de ti, Herman? Procura lá bem dentro de ti aquela chama do humorista que foi o nosso “Monty Python”, que fez a revolução no humor e nos costumes no nosso país.

Falando de “has-beens”, aquele Nuno Feist é o mesmo que fazia dupla com o irmão Henrique num grupo de teen-pop dos anos 80? Como envelheceu. E qual é realmente o papel dele além de maestro? No início do programa apresenta Catarina Furtado como “a nossa querida...Catarina Furtado!”. Querida? Será que ninguém pode escrever assim qualquer coisa de jeito para ele dizer? Adiante.

A outra equipa era liderada por Alexandra, e contava ainda com Álvaro Costa e Dália Madruga. Alexandra é uma cantora (fadista?) que se bem me recordo tinha um êxito intitulado “Zé Brasileiro Português de Braga”, mas celebrizou-se entre o público mais jovem no papel de Amália no musical de Filipe La Féria com o mesmo nome. Enfim, a Alexandra está muito longe de se parecer com a nossa diva do fado, em todos os aspectos.

Álvaro Costa é um indivíduo assim gordinho, muito rádio-tv, que apresenta uma programa deprimente chamado “Liga dos últimos”, que explora os adeptos dos clubes de futebol dos subúrbios pobres e analfabetos das nossas cidades. Lembro-me quando o Álvaro apresentava um programa de música directamente de Londres, onde falava de lojas de discos que só vendiam CD’s, e como estavamos nos finais dos anos 80, aquilo era assustador para mim, que nunca tinha visto um CD na vida. Como era bem mais simpático, o Álvaro. Hoje é o Jorge Pêgo dos pobrezinhos.

A Dália Madruga é uma moça que apresentou o “Só Visto” e fez papel de mulher fatal no “Tudo por Amor”, transmitido recentemente na TDM. A Dália pode-se descrever numa palavra: linda. Não dá muito a entender o que vai dentro da sua cabecinha pequenina e loirinha, mas também não interessa para nada: basta saber estar e sorrir, e já se ganha o dia.

O programa foi dedicado à música portuguesa, na sua maior parte pimba e foleirota. Passaram o “Joana” de Marco Paulo, o “Portuguesa Bonita” de José Cid, e o “Meninas da Ribeira do Sado”, dos Adiafa. Terminou com o “Bamos lá cambada” interpretado pelo Herman e pela Alexandra. Fez-me lembrar os verões em meados dos anos 80 quando eu ia para a Foz do Arelho com a família. Muito triste.

Uma nota final para o vestido e penteado de Catarina Furtado, que como alguém referiu, fazia lembrar Audrey Hepburn em “Breakfast at Tiffany’s”. Pois, assim tão antiquado e lamechas. Só faltava mesmo a boquilha.

The Float em Singapura


Chama-se O Flutuador (The Float) e está instalada na Baía da Marina, em Singapura, a maior plataforma futuante do mundo, convertida num singular campo de futebol onde se disputam jogos da liga amadora local. O Flutuador tem 120 metros de comprimento por 83 de largura e está preparado para resistir a 1070 toneladas de peso, o que lhe permite albergar outro tipo de eventos, além dos jogos de futebol, que podem ser assistidos por 30 mil espectadores instalados nas bancadas contíguas, estas em terreno firme. Será neste relvado flutuante que se farão as cerimónias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2010, além do desfile do Dia Nacional de Singapura. A final da Taça de Singapura, entre o Armed Forces e o Woodland Wellington, chegou a estar marcada para este palco mas, até à data, ainda não se realizaram jogos oficiais no Flutuador pela simples razão de que a TV não conseguiu resolver problemas relacionados com a realização das transmissões directas. Entretanto, a estreia será feita com jogos de uma liga amadora, a 15 de Fevereiro.

City e Liverpool vencem, Chelsea empata


Cumpriu-se a tradicional jornada de "Boxing Day" no futebol inglês, que será seguida de outra já amanhã. Os ingleses entretêem-se nas férias a ir ao futebol. O Manchester City bateu o Stoke City por duas bolas a zero, com golos de Petrov e Tevez, ainda na primeira parte. Foi a estreia do técnico italiano Roberto Mancini no comando do City, que mantém assim o 6º lugar a dois pontos do Tottenham, e com menos um jogo realizado. O Liverpool regressou às vitórias, ao bater também por 2-0 o Wolverhampton, com golos na segunda parte por Gerrard e Banayoun. O Chelsea não foi além de um empate a zero em Birmingham, e os da casa ainda se podem queixar de um golo mal anulado. O mesmo resultado no Fulham-Tottenham, e empates a um golo nos jogos entre aflitos, Burnley-Bolton e Wigam-Blackburn. O West Ham subiu ao 17º lugar depois de bater o lanterna vermelha Portsmouth por duas bolas a zero. Hoje jogam Arsenal-Aston Villa e Hull City-Manchester United.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Os blogues dos outros


Três amigos em conversa no café. Eu entrei e um deles chamou-me. Os presentes cumprimentaram-me e um deles que se apresentou proferiu o seu nome de forma muito bem audível, o que é raro nestes momentos.
- A sua cara e o seu nome não me parecem estranhos!, disse eu.
- E a sua voz é-me familiar, retorquiu.
- A voz?... Como?... Não me lembro de termos convivido.
- Convivi eu... muitos anos... com o seu programa que tinha na Rádio Macau!
- Ah!... Já passaram alguns anos... já saiu há muito tempo de Macau?
- Não, meu caro! Continuo lá e cada vez melhor... lá é que estão as patacas de ouro... cada vez estou mais rico...
- Bem-haja, por isso! Trabalha para o Governo?
- Não! Faço uns negócios... ando ali pelo Clube Militar...


João Severino, Pau Para Toda a Obra

Este ano não fui à catedral da Assunção. Recebi convite de amigos britânicos para com eles partilhar o jantar de véspera do Natal e não podia recusar. No fundo, esta gente da Igreja Anglicana é, em tudo, muito parecida com os católicos. Com uma excepção: o sacerdote que celebrou era uma mulher ... e casada ! A conversa não podia deixar de tocar as coisas de Roma, do Portugal do Oriente e da velha aliança luso-britânica. Os mais rasgados elogios ao Santo Papa, uma grande e quase invejosa admiração pelos feitos portugueses de antanho - nada que se compare com as negociatas da Companhia Britânica das Índias - e pelo nosso "sempre amigo e fiel aliado, Portugal". Não gostei do "fiel", mas é assim que eles vêem a relação. Aliás, um dos presentes, professor aqui numa univesidade, disse-me que na Europa, eles, britânicos, só confiam nos dinamarqueses e nos portugueses, pois nunca os "traíram". Simpatia e polimento bem britânicos, boa atmosfera social, o habitual e inteligente non-sense e os trocadilhos. Na rua desta gigantesca capital budista, muitas iluminações de Natal, algumas muito belas em armação de vime forrado em papel. Ali estão há dias, em plena rua, coisa impossível na Europa, onde a mão de um qualquer vândalo as destruiria em minutos. Mas isto é um país tolerante e civilizado. A civilidade não está na riqueza que enche os bolsos, mas na educação e na atitude. Feliz Natal para todos.

Miguel Castelo-Branco, Combustões

Não era homem de rotinas, mas gostava de rituais, porque davam à sua vida um sentido que na maior parte das vezes lhe escapava.
- Já estou pronta!
Antes de ela falar, já lhe tinha chegado do quarto o perfume que anunciava a iminência destas mesmas palavras. Se havia momentos em que essa previsibilidade o irritava, em dias como este enchia-o de ternura.
Dia de Natal. De manhã a missa, à tarde a reunião familiar, em casa dos pais, como sempre.
- Vamos?
Sorriu-lhe, sinceramente embevecido. É possível amar as pessoas pela capacidade que têm de suportar a dor que lhes infligimos? Claro que sim.
Há muito que não se confessava. Fê-lo pela última vez no dia do seu casamento, para poder comungar, e preferia continuar assim, com as suas culpas. Um assunto que só lhes dizia respeito. A ele e a ela, que as suportava com uma abnegação adorável.
- Vamos, querida.


Teresa Ribeiro, Delito de Opinião

Reparem que naquela época havia datas específicas para gastar dinheiro, que apesar dos esforços ainda pouco passavam de picos de consumo nas que chamavam épocas festivas. Devem ser-vos familiares os conceitos ou pelo menos os nomes Aniversário ou Natal. Claro que estamos a falar de um período anterior ao gasto-diário-mínimo-obrigatório. Foi também por essa altura que o Plano entrou em acção. Repararam que falei ali atrás de dois eventos, Aniversário e Natal. Foram durante muito tempo os dois grandes senão únicos ritos de consumo enquanto comportamento social colectivo. A Intervenção fez-se de duas formas. Pouco a pouco conseguiu-se fazer expandir o Natal a zonas do planeta cuja cultura lhe era alheia no significado. Estamos a falar de áreas como as actuais Chinásia ou os Grandes Territórios Israelo-Iranianos, quem daqui já tenha visitado a Terra com certeza conhece. Ao mesmo tempo começámos a introduzir na Eurorússia focos de consumo já antes testados com sucesso na parte norte da actual Unamérica, acompanhando o processo com técnicas de crescimento de PIS, Percepção de Importância Social para quem não saiba. Conceitos como o Dia dos Namorados ou Halloween podem ainda não vos ser familiares, mas deviam, porque vocês não estão aqui para ouvir contar histórias, vocês estão aqui para aprender, porque a batalha é continua e o Plano precisa que alunos como vocês estejam devidamente preparados para lhe dar continuidade. Enquanto houver uma pessoa lá na Terra que sinta saudades de um natal do passado o Plano terá sempre um risco de retrocesso, por pequeno que seja. O risco, claro. E alguém me sabe dizer porque é que essa fixação nessa data, nesse evento específico, o Natal, é a última e mais difícil barreira de ultrapassar? Diga? Porque estava ligado a crenças de índole religiosa? Sim, esse era o fundamento mas não o mal intrínseco. Eu digo-vos o que era, porque vocês não têm como o saber, o mal mais profundo e enraizado eram conceitos como família, convívio. Sei que para vocês é difícil de entender mas notem que eram de tal forma relevantes que até muito tarde sobrepuseram-se ao consumo que era então secundário. A Grande Mudança atribui-se hoje exactamente ao momento em que pela primeira vez, uma primeira vez simbólica em termos históricos naturalmente, o comprar se tornou mais importante do que a festa em si. Tudo isto vos pode parecer agora um pouco estranho, vago. É natural, estamos e falar de há mais de duzentos anos atrás. Por ora importa que se consciencializem de que passado todo este tempo, ainda há lá em baixo quem use calendários, quem assinale o dia vinte e cinco de dezembro. Todos os anos interceptamos na áudio-vigilância a frase que lutamos por eliminar, que o natal já não é o que era.

João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

O desrespeito e a condenação dos não crentes é uma característica comum aos fundamentalistas de muitas igrejas, com destaque para o cristianismo e o islamismo. Em maior ou menor grau os líderes destas igrejas julgam-se os portadores dos princípios morais das sociedades onde são dominantes e de uma forma ou de outra lançam e estigmas sobre os que não partilham ou não têm o mesmo entendimento sobre esses valores. Neste Natal assistimos, como nunca tinha sucedido nos últimos anos, a um ataque por parte de algumas personalidades da Igreja Católica, aproveitando-se do ambiente proporcionado pelo Natal estas personalidades em vez de promoverem o que de bom têm os valores associados à quadra promoveram um ataque cerrado a todos os que violam os princípios daquele que gostariam de ser uma sharia cristã. O próprio D. José Policarpo, cardeal patriarca de Lisboa, um bispo que costuma ser inteligente e equilibrado nas suas intervenções e que fez uma mensagem de Natal equilibrada e que poderia ser lida e entendida por qualquer um, não resistiu à tentação de dedicar a sua homilia na missa de Natal para se atirar aos que não partilham das suas convicções, desfez em todos, desde os agnósticos aos ateu, como se ser agnóstico ou ateu neste país fosse merecedor de qualquer reparo, mesmo por um cardeal. Manuel Martins, o bispo emérito de Setúbal que ficou famoso no tempo do cavaquismo pelas suas preocupações, também não resistiu à tentação de fazer um ataque feroz ao casamento gay, insinuando que a sua aprovação no mês de Dezembro foi uma provocação relacionada com o Natal. Todos usaram a família até ao enjoo como se o Natal tivesse alguma coisa a ver com o casamento gay ou mesmo com o casamento civil, instituição que a Igreja Católica sempre desvalorizou ou desprezou, havendo ainda muitos padres que não o reconhecem ao recusarem-se a baptizar crianças cujos pais não sejam casados pela Igreja. No meio de toda esta orgia até Manuela Ferreira Leite fez a sua mensagem de Natal quase decalcada da que tinha feito o ano passado, chegando mesmo a repetir frases e ideias e mais preocupada com o casamento Gay (ela que também se divorciou à margem dos princípios da Igreja Católica) lá disse as suas baboseiras sobre a família, nada mal para quem tem um conceito original de família. O próprio Cavaco Silva que habitualmente confunde o papel de chefe de família com o de Chefe de Estado lá nos impingiu os seus conceitos religiosos esquecendo que é Presidente de uma República laica e que enquanto tal deve respeitar os muitos portugueses que não partilham do seu fundamentalismo religioso. É pena que tenham esquecido os valores do Natal, valores que hoje são civilizacionais e aceites universalmente. Ao tentarem usar o Natal como argumento para as suas guerras religiosas apenas deram uma imagem da Igreja Católica muito semelhante àquilo que muitos criticam no islamismo, a intolerância, o fundamentalismo e o desrespeito pelas convicções de cada um.

Jumento, O Jumento

A homília de Natal de D. José Policarpo trouxe a público posições rígidas e dogmáticas (para não chamar fundamentalistas) da ICAR que reflectem o modo como as autoridades religiosas olham a sociedade actual. Disse, Sua Eminência:
“…É um dos grandes paradoxos da História, um povo oficialmente crente em Deus não reconhece Deus que o visita”…
Bem. Não existem povos oficialmente crentes em Deus fora das teocracias, quaisquer que elas sejam. A confusão entre o Estado laico que temos e a liberdade de prática de qualquer religião, não pode levar o cardeal a reivindicar qualquer privilégio, nem qualquer estatuto de excepção. A liberdade religiosa é um princípio democrático – só existe em plenitude nos Estados laicos – e está acima dos interesses e das mordomias da ICAR, como é o incompreensível regime de excepção da Concordata…
A liberdade religiosa diz respeito a todos os crentes – católicos ou de outras religiões – , e inclusive, aos agnósticos e aos ateus. Mais adiante afirmou:
“Outros refugiam-se na atitude agnóstica de quem não se pronuncia, de quem não sabe dizer nada sobre Deus. Respeitam os crentes, mas não se sentem interpelados por eles, esquecendo que há inquietações profundas que dificilmente se podem calar”.
Estas “inquietações” do eminente purpurado mostram-se distantes de qualquer racionalidade dialéctica. Na verdade, os agnósticos e os ateus interrogam-se sobre múltiplas posições dos crentes que transbordam para a sociedade. A Igreja, melhor dizendo, as Igrejas, nomeadamente, as hierarquias religiosas, são as primeiras a não tolerar a existência de “não-crentes”, como se vivêssemos em tempos em que a arrenegação dos “Deuses” fosse um abominável crime. Este foi o imaginário paradoxo histórico que o patriarca não soube resolver e “atirou-o”, numa grosseira generalização, para cima dos cidadãos, acompanhadas do público exorcismo dos agnósticos e dos ateus. De facto, antes destas natalícias congeminações, tecidas no ano da graça de 2009, “sucedeu” há mais de 200 anos a Revolução Francesa. O paradoxo está aqui!


Carlos Esperança, Diário Ateísta

"Nada pode adiar a liberdade."
Cum catano é bonito. Até parece o título de um poema. Enche a alma, porra. E foi dito por um poeta, Manuel Alegre. Mas a propósito de quê ? Pois mais uma vez porque estão maçados por o Presidente ter falado daquela chatice das contas, a economia, que os poetas não têm obrigação de saber, e não se preocupar em primeiro lugar com o casamento homosexual. Mas lixou-se, porque há sempre alguém com memória, e no passado quando a JS insistia neste assunto, a posição do poeta Alegre foi criticar os "jovens" do partido por defenderem "temas fracturantes que estão na moda e depois passam" em vez de "coisas importantes, como o Serviço Nacional de Saúde ou o Código de Trabalho". Não foi o único. A deputada Maria de Belém considerava então - em declarações ao "Público" de 20 de Setembro de 2008 - que "com tantos problemas que o país tem, este assunto não é prioritário". É fodido pá, podes querer esquecer o passado, mas o passado não te esquece a ti. Ou qualquer coisa do género.


Francis, O Dono da Loja

Tenho pena que o Hot Club de Lisboa feche devido ao incêndio, ontem à noite, do prédio onde está, na Praça da Alegria, mais um sinal de como a cidade se vai destruindo a pouco e pouco. Mas a verdade é que os bons momentos que lá passei vêm acompanhados de recordações de profundo desconforto. Aquilo era tão pequeno que, mesmo quando os músicos que lá se apresentavam não eram conhecidos, os seus amigos mais chegados bastavam para ocupar os poucos lugares sentados e só chegando cedo ou tendo sorte se apanhava uma mesa livre. Quase sempre assisti às apresentações de pé, junto ao balcão do fundo, tentando espreitar o palco por cima das cabeças e entre as colunas. Ou então ficava na escada, com dores no pescoço por estar tanto tempo com a cabeça voltada para o palco. Muitas vezes, até fora dos meses quentes, aquilo abafava de uma maneira atroz. Se havia alguém um pouco mais conhecido a tocar, ficava logo cheio e nem se conseguia entrar, reforçando a ideia de que aquilo era um lugar reservado a meia-dúzia de "entendidos" e não o local de divulgação do jazz que outrora lhe deu fama. A determinada altura, desisti de lá ir e já nem consultava a programação. Enfim, tomara que recuperem o prédio que transformem o Hot Club para melhor. Parece ser esse o sentimento dos responsáveis que ouvi prestar declarações aos jornalistas e nada mais inteligente do que transformar um momento tão negativo como este numa ocasião de renascimento.

Duarte Calvão, Corta-Fitas

Já começaram as negociações entre o Turismo de Portugal, a GALP, a EDP, a Red Bull, o município de Lisboa e a UEFA para que o próximo jogo F. C. Porto – Arsenal se realize na Capital do império. É injusto que um evento desta dimensão internacional se realize no Porto – os lisboetas também têm direito a verem os jogos da Champions League!

Carlos Abreu Amorim, Blasfémias

Comandados por Jesus, foram buscar o Alan Kardec e preparam-se para mandar o Hulk passar uns meses na 5ª dimensão. Se ainda conseguirem incluir na equipa o Zandinga, o Dr. Sousa Martins e o Lobsang Rampa, serão campeões europeus 7 vezes seguidas.

Val, Aspirina B

O véu


Azza Nowari, mulher do nº 2 da Al-Qaeda, o médico egípcio Ayman al Zawahiri, apelou às mulheres do Islão que usem o hijab (véu islâmico) e que "se coloquem à disposição dos guerreiros mujahidin", ou guerreiros sagrados. Bem, isto é que me enche as medidas em termos de fundamentalismo religioso. Imediatamente vêem-me à cabeça imagens de palácios arabescos, danças do véu e capacetes bicudos. Jihad! Como é isso de “colocarem-se à disposição dos guerreiros mujahidin"? Basta chegar lá e dizer-se que se é mujahidin e pronto, começa logo o chavascal? Ou é só para produzir mais guerreiros ou quê? Penso que se não há mais pessoas a juntar-se ao Islão, deve ser por falta de instruções mais concisas sobre o seu funcionamento. E no fim ainda se fica com 40 virgens! É pouca virgem para tanta eternidade...

Não roubarás


O vigário da cidade inglesa de York, Tim Jones, disse no seu sermão de Natal que roubar, não é assim tão mau, desde que seja a última solução. Jones disse mais exactamente que "O meu conselho, como Padre Cristão, àqueles que estão no fundo da pirâmide social, é que roubem. Jones disse no entanto que "Não devem roubar do pequeno comércio, ou familiar, mas das grandes superfícies, pois as despesas passam depois para nós, na forma de preços mais elevados". Uma teoria muito interessante, que se aprende praí no 4º ano do Seminário. Apesar do Padre Jones ter mais tarde dito que "estava a ser irónico", alguns dos crentes até perceberam a ironia, mas o restante clero anglicano foi menos simpático. A regra é simples, e está cunhada em mandamento: "Não roubarás"!

Parece que alguém empurrou o Papa


O Papa Bento XVI foi empurrado em plena Basílica de S. Pedro por uma mulher de vestido vermelho, que o tentava agredir. Ratzinger não sofreu um arranhão, mas um cardeal francês que seguia no seu séquito ficou com uma perna partida. A segurança agiu rapidamente e a mulher foi detida. Veja as imagens do acidente com comentários de uma senhora italiana com uma voz muito grave.

Boxing Day


Queria agradecer aos mais de 400 leitores que passaram aqui pelo Bairro do Oriente durante a véspera e o dia de Natal. De Osaka à Amazónia, de Moçambique aos Açores, passando pelo Baluchistão, Doha e Noruega - e claro está, toda a Lusofonia, com Macau e Portugal à cabeça. A programação regressa hoje ao normal, evidentemente com comentários de eventos que se passaram durante a época natalícia, e não só! Como hoje é "Boxing Day" (ah, ah), deixo-vos com algumas imagens daquele é o melhor do mundo naquilo que faz, e provavelmente o atleta do ano: Manny Pacquiao!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

A Todos Um Bom Natal


E para terminar, aqui fica um tema sempre popular nesta quadra festiva: "A Todos Um Bom Natal", do Coro de Sto. Amaro de Oeiras. Curiosamente vende-se bastante bem como disco durante o mês do Natal. Há coisas que nunca mudam. Espero que se tenham divertido muito este Natal, e amanhã o Bairro do Oriente volta à sua programação normal. Bom Natal!

Nasceu Jesus


Esta é dedicada a um certo segmento de leitores do Bairro do Oriente. Aline Barros, a raínha da música brasileira de inspiração cristã interpreta "Nasceu Jesus", com um vídeo feito de imagens alusivas à quadra. Um santo Natal para a malta cristã, e para as outras religiões também.

Рождество Христово


Estes meninos russos também quiseram passar por aqui e deixar um lindo cântico natalício: Рождество Христово, que é como quem diz, "Feliz Natal". O mesmo para eles daquele lado do mundo.

죠앤 햇살 좋은날


Este chegou mesmo agora da Coreia do Sul. Joanne "aquece" a audiência com "We Wish you a Merry Christmas", e de seguida canta o seu êxito 죠앤 햇살 좋은날, ou simplesmente "Sunshine".

Sana Ngayong Pasko


O meu amigo Ariel Rivera, um cantor mais ou menos conhecido nas Filipinas, interpreta "Sana Ngayong Pasko", que quer dizer qualquer coisa como "Quem me dera que fosse Natal". Ora pelo menos uma vez por ano a canção do Ariel faz sentido, e é hoje. Maligayang Pasko para ti, Ariel, e também para a malta filipina.

圣诞节的平安 Christmas isn't Christmas


A minha amiga Mei Cái, da China, mandou-me este vídeo onde canta 圣诞节的平安, uma versão em chinês de "Christmas isn't Christmas. O leitor sínico pode cantarolar com a menina, se quiser.

クリスマスキャロル ★ Rudolph 


A minha amiga Miko Ririan também quis deixar uma mensagem de Boas Festas aos leitores do Bairro do Oriente. Basicamente ela diz para que se portem bem, e ouçam o Leocardo, que tem sempre razão. No fim ela brinda-nos com a sua versão em japonês de "Rudolph". Arigatô, Miko.

ตดเป็นเพลงคริสต์มาส


Foram muitas as mensagens de Bom Natal que chegaram aqui ao Bairro do Oriente durante a quadra festiva. Esta chegou da Tailândia, e é uma versão muito especial de "Jingle Bells". Vide.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Mensagem de Natal de sua excelência, Leocardo


Chegamos assim ao Natal, a época em que supostamente nos devemos lembrar dos menos favorecidos, e ser solidários. Fazem-se as habituais tréguas da festividade, e toda a gente se torna de repente mais introspectiva e egoísta, querendo apenas passar tempo com a sua família. E o Natal é sobre isso mesmo: a família. O próprio conceito cristão de Natal, com o Menino, a Virgem, o José, a Vaquinha e o Burrinho é muito enternecedor e familiar.

Os adultos oferecem peúgas, polos, camisolas e gravatas uns aos outros, e brinquedos barulhentos às crianças. Eu nunca acreditei no Pai Natal. Quando tinha três anos reconheci a senhora que trabalhava no infantário vestida de Pai Natal, e logo percebi que se tratava de uma “mentira imperialista e reacionária”. Também estávamos nos tempos do PREC, e tinha acabado o Verão quente, enfim, o 25 de Novembro tinha sido um mês antes.

Mas mesmo assim tenho recordações fabulosas do Natal, especialmente da mesa farta. Era o único dia do ano em que comer demais ou deitar comida fora não era considerado “desperdício”. A minha família sempre se pautou pelo respeito às famílias pobres, às crianças que passam fome, e tudo isso. Penso que isso moldou um pouco a minha personalidade, se bem que hoje, mais cínico, não acredito que alguém deve ter algo só porque precisa, sem que trabalhe para isso.

Sempre respeitei o conceito de Pai Natal, apesar de nunca ter acreditado. O Pai Natal é um produto de marketing muito bem conseguido, especialmente nas cores vivas e no pelinho fofo. Sempre pensei que só alguém bom e puro podia usar as vestimentas do velhinho de barba branca, e é por isso que o filme “Bad Santa”, de 2003, me traumatizou tanto. O meu filho, por exemplo, tem medo de pessoas vestidas de Pai Natal, mas fico aliviado que não tenha medo de pessoas vestidas de Mãe Natal, o que só denota bom gosto.

Pessoalmente não gosto de encher os miúdos de prendas neste dia. Prefiro dar-lhes um pouco mais durante o ano, e uma prenda grande nos aniversários. O que eu não quero é que os meus filhos se habituem mal a ter Natáis cheios de coisas boas, e depois não poderem providenciar o mesmo aos seus próprios filhos no futuro. Mais do que a solidariedade, deviamos apelar à humildade, à procura da nossa verdadeira insignificância, da nossa frágil natureza.

Já não me chocam mais as histórias de casos perdidos ou tragédias natalícias, já perdemos o Natal para o grande comércio. Será que alguma vez, dentro da nossa fortaleza quentinha e rodeados pela família, pensámos naqueles que têm que passar o Natal a trabalhar, num carro, num avião, na rua, no hospital, na prisão, sozinhos e doentes? Será que os nossos pais e avós, velhos e cansados, agradecem que só lhes prestemos atenção duas ou três vezes por ano?

Por isso que não se entre em pânico por um Natal menos conseguido. Não chorar sobre o Natal derramado. Para o ano vai ser sempre melhor, como dizem os benfiquistas. E para os mais afortunados, ide às filhozes, qual proverbial gato, mas nunca ignorais o peso do tempo, a força dos ventos, a imparável marcha da decadência e da morte. Para todos um Feliz Natal, são os desejos deste vosso.

Leocardo

PS: Não se esqueçam que amanhã vamos ter apenas música de Natal aqui no Bairro do Oriente.

Carta ao Pai Natal (de Macau)


Querido Pai Natal:

Aqui fala o Leocardo, e não sei se fui bom ou mau menino este ano. Foi bastante complicado sem ter Jogos Olímpicos e boicotes para andar a discutir, mas mesmo assim considero que consegui ser muito chatinho. Como sou um rapaz muito democrata na acepção do termo, e não um auto-intitulado democrata, gostava de fazer uns pedidos não só a pensar em mim, mas a pensar em todos nós aqui no enclave da RAEM, RPC.

Primeiro gostava que nos trouxesses uma associação que zelasse mesmo a valer pelos interesses da malta tuga em Macau, e não uma associação de doutores sempre preocupados com o que o governo local pensa, e com medo de ofender a administração. Alguns de nós que fizesse barulho em relação a temas fortes como o IPOR ou a Livraria Portuguesa, batendo o pé e gritando: "e nós?!".

Gostava ainda de ver um pouco mais de cultura, mais espectáculos musicais a sério em vez da Lady Gaga na Arena do Venetian, enfim, tornar o território um lugar mais agradável para se viver, onde hajam sítios para ir e coisas para ver. Já agora traz mais coisas boas e saudáveis para as prateleiras do supermercado, como aquelas com que nos deslumbramos em Hong Kong.

E por falar nisso, trata lá um bocadinho melhor da restauração, que isto anda aí cheio de comida falsificada e de plástico. Apoia lá mais a comida portuguesa, indiana e árabe. Acaba lá com aquela comida nojenta que é frita na rua mil vezes com o mesmo óleo. E já agora, vamos lá a ter mais restaurantes como aqueles nos hotéis, mas fora dos hotéis.

E finalmente um pouco mais de camaradagem entre a nossa malta. Vamos ajudar-nos uns aos outros em vez de só falar mal, criticar e destruir. Se isto também se aplica a mim, prometo ser melhor, se os meus amiguinhos também forem. E pronto, se eu fosse sportinguista ou qualquer coisa assim pedia-te também para a minha equipa ganhar, mas essas são mais as funções da Igreja e os seus milagres, e isso é outra estória.

Peço deferimento,

Leocardo

Panquecas


Depois de ver deste anúncio, apetece-me panquecas.

Schumi regressa


Está confirmado: o hepta-campeão mundial de Fórmula 1 Michael Schumacher regressa ao grande circo, quatro anos depois de ter abandonado. O alemão, que completa 41 anos no dia 3 de Janeiro, regressa ao volante de um Mercedes, escuderia que faz também este ano o seu regresso 54 anos depois. Schumacher é recordista em títulos mundiais, vitórias, pontos, pole-positions e voltas mais rápidas, e está atrás do brasileiro Rubens Barrichello e do italiano Riccardo Patrese em números de GP disputados. A Mercedes vai contar ainda com o também alemão Nico Rosberg, filho do campeão mundial finlandês Keke Rosberg. Uma equipa para lutar pelos primeiros lugares, certamente.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Porque não gosto de pessoas nascidas entre 1950 e 1960 - uma reflexão


Não gosto de pessoas que nasceram entre 1950 e 1960. Que me perdoem os meus amigos que agora chegam aos 50 ou que caminham a passos largos para os 60, mas são “os outros” que me deixam mesmo chateado. Detesto quando me patronizam com bocas do tipo “no nosso tempo é que a gente lutou, pá!”, referindo-se ao facto de terem passado alguns dos melhores anos das suas vidas a viver na ditadura que a geração antes da sua deixou plantada desde os tempos em que nem havia TV e andava toda a gente à porrada.

Quem tanto fala do passado, é porque lhe começa a faltar um futuro, um chão para pisar, uma atitude construtiva em vez de destrutiva para a nossa geração. Tendo eu nascido no início dos anos 70, ainda me chamam “um puto”, e torcem o nariz quando se fala do 25 de Abril, considerando aquilo uma coisa “muito sua”. Medem tudo pelos parâmetros da sua época, e não se cansam de afirmar que “no seu tempo”, a juventude tinha valores válidos.

A única luta estudantil digna desse nome, foi a deles, e hoje os estudantes “não sabem usar a liberdade”. Quando se deram as manifestações da PGA, estava eu já no 12º ano, tudo o mundo achou que os estudantes nascidos entre 1970 e 1980 (onde eu me incluo) tinha ficado choné. Confesso que até era a favor da PGA, e estava um bocado contra aquilo tudo, mas mesmo assim foi uma chance que a malta teve de sair prá rua. Se calhar é por isso que estamos a assistir à fossilização de certas pessoas na nossa política: não se confia na “geração seguinte”.

Desconfiam da internet, mas usam-na. Falam de boca cheia de problemas como a pirataria informática ou o anonimato na internet, misturado com teorias díspares como o direito à privacidade ou a presunção da inocência. Acham que ler o Expresso semanalmente os “mantem informados” e que alguma da música horrenda que escutam é uma manifestação de intelectualidade. Alguns não aprenderam inglês, e por isso preferem música brasileira, nomeadamente bossanova, ou cantores abrilistas moribundos, como Carlos do Carmo ou Fernando Tordo.

Mas ainda voltando à música brasileira, estas pessoas têm casas cheias de discos (sim, discos) de Caetano Veloso ou Chico Buarque (os homens), Maria Bethania ou Gal Costa (mulheres), ou ainda Roberto Carlos (ambos). Para eles, o melhor piloto de todos os tempos continua a ser Emerson Fittipaldi ou Ayrton Senna. Torceram pela selecção brasileira durante os anos 70 e 80, quando a nossa não valia um chavelho.

Para eles os portugueses “são os melhores” em tudo, e pelam-se quando assistem a um português a triunfar “lá fora”. Isto apesar de conhecerem pouco o estrangeiro, só de férias, nunca mais que três semanas ou um mês. Têm uma personalidade muito pastosa e facilmente moldável; até as drogas dos tempos deles eram “mais fixes” e hoje “é só porcarias”. Também não se inibem de chamar a um toxicodependente “criminoso” ou pensar que certo grupos sociais só estavam bem “encostados ao Campo Pequeno” – e fuzilados, para quem não sabe o resto do bordão.

Bem sei que muitos são os nossos pais, os nossos tios, padrinhos, amigos dos pais, enfim, conhecemos muitos. Mas também não deve ser difícil a um jovem de vinte e tal anos perceber do que estou a falar. Mais uma vez que me desculpem os meus amigos nascidos entre 1950 e 1960. Vocês ainda são os maiores, carago.

Avó de paraquedas


Vai ser um dia de Natal diferente para a brasileira Aida Mendes, de 100 anos de idade. A centenária vai saltar de um avião de paraquedas, e se conseguir entra para o Guiness como a pessoa mais velha a fazê-lo. Aida pediu ao neto como prenda que lhe providenciasse uma viagem de avião e consequente salto de paraquedismo. O neto acedeu, e com o aval dos médicos, Aida vai mesmo andar nas alturas este Natal. A idosa de Macapa, do estado do Amapá, fez bastante desporto durante a juventude, e como ela própria diz, "tem 100 anos, mas um corpo de 50". Boa sorte para a Aida, que já está equipada e tudo, como comprova a imagem.

Pai Natal assalta banco


Um homem vestido de Pai Natal entrou ontem de manhã numa agência bancária em Nashville, Tennessee, e levou consigo um saco de oh-oh-ohs. O homem completamente vestido de vermelho, barbas brancas e óculos escuros, entrou no SunTrust Bank, apontou uma arma ao caixa, e "levantou" o seu subsídio de Natal. Depois pôs-se em fuga num pequeno carro cinzento.

Killing in the name


Uma prova da força da internet e do descontentamento com os subestabelecimentos. O single dos Rage Against the Machine "Killing in the name", de 1992, é o nº 1 este Natal no Reino Unido. Isto porque mais uma vez tudo indicava que fosse o vencedor do concurso de talentos X-Factor, este ano Joe McElderry. Só que começou no início do mês um movimento online para que se fizessem mais downloads legais de "Killing in the name" do que "The climb", o tema de McElderry. Os primeiros venceram com uma margem de 50 mil downloads, mas quem ficou a ganhar foi a Sony: ambas as músicas são propriedade da discográfica norte-americana. Já agora vejam o vídeo de "Killing in the name". Verdadeiramente atroz para a quadra natalícia.

Pedidos difíceis


Como sempre, o Pai Natal deixou os pedidos mais difíceis para o fim. Não perca mais esta imaginativa e festiva charge de Fernando Maurício, e o seu "Charges Brasil".

Os dez maiores delírios cinematográficos da minha vida


Confesso que este foi o único filme que quase me fez chorar. Chorar nos filmes é coisa de domésticas e de panilas, mas “E.T.” consegue ser mesmo muito comovente. Isto tendo em conta que tinha apenas 9 anos, mas mesmo assim, esta foi uma das minhas maiores experiências cinematográficas.


Ir ao cinema ver Indiana Jones é sempre uma aventura. Por acaso só perdi o último no grande ecrã. “Raiders of the Lost Ark” é o supra-sumo em termos de filmes de aventuras, de bons contra maus, de efeitos visuais e cenários, de cinematografia no seu melhor. Spielberg de parabéns.


Fui ver “The Naked Gun” com uns amigos, e que tarde bem passada foi aquela. Quem estava no cinema nesse dia saíu super bem disposto, com os disparates de Leslie Nielsen, Jim Abrahams e David Zucker. Gostei especialmente da cena quando um gigante limpa “uma coisa que tem no canto da boca”, e cai uma banana. Puro nonsense.


Fui ver "Ata-me" com uma namorada no escaldante Verão de 1990. Um intenso festival erótico, com a audiência no Quarteto em Lisboa paralisada de desconforto. As cenas de porrada, consumo de droga, de sexo explícito, onde não faltavam um doente mental e um velho paraplégico tarado. Almodovar no seu melhor.


Fui ver “Goodfellas” com os amigos e saímos de lá convencidos que foi um “bom filme”. Passados quase 20 anos, vejo este filme pelo menos uma vez por ano. Temos uma obra prima de Scorsese, com Robert de Niro e Joe Pesci, com uma história bem construída e ainda por cima baseada em acontecimentos reais fresquinhos do submundo da mafia nova-iorquina.


Uma das melhores comédias de todos os tempos, e que só tive o prazer de ver em televisão. Mel Brooks, que nem sempre foi consistente no seu humor, entrega uma versão de Frankenstein, “Young Frankenstein”, em que usa os mesmos cenários e meios tecnológicos que o original, mas com efeitos hilariantes. Fico a sorrir só por estar a escrever estas linhas.


Quando fui ver “The Mask” ao Cineteatro com uma namorada, não conhecia Jim Carrey nem fazia ideia do que me esperava. Um dos poucos filmes em que vi toda a gente a sair do cinema com um sorriso, como se tivessem acabado de ter um orgasmo. E foi “the next best thing”, sem dúvida. Fizeram há alguns anos uma sequela que consta de muitas das listas de “piores filmes de todos os tempos”. Quem os manda tentar chegar aos calcanhares de “The Mask”?


Bang! Bang! “Pulp Fiction” chegou em 1994 para agitar a cena, e tornar mais fácil viver com as guerras entre associações de malfeitores em Macau. Fui vê-lo no Capitol com uma namorada, e no dia seguinte com um amigo, e foi um prazer rever o filme. O melhor de Tarantino a par de “Inglourious Basterds”.


Parece mentira que já passou um ano desde que vi “Slumdog Millionaire”, indiscutivelmente o melhor filme do século, até ao momento. Se já andava cheio de vontade de voltar à Índia, este filme deixou-me ainda com mais vontade. Um para ver e rever.


Confesso que foi há pouco tempo que vi pela primeira vez “Citizen Kane”, que faz parte daqueles filmes clássicos que ainda quero ver, como “Casablanca” ou “Dr. Zhivago”. O génio de Orson Wells esgota-se todo neste filme, aparentemente, visto que os seguintes foram desilusões, comparados com este.

650 milhões de anos em 1 minuto


Um vídeo que nos deixa a pensar. Nele vemos o movimento dos continentes ao longo de 650 milhões de anos: os últimos 400, e os próximos 250. Aproveitem bem esse clima fantástico que temos em Portugal, que daqui a 250 milhões de anos estamos no Pólo Norte.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

RIP - República Islâmica de Portugal


Penso que Portugal devia ser uma República Islâmica. Já sei o que estão a pensar, que sou maluco, e são terroristas, vamos todos morrer, e mais não sei o quê, mas sigam este raciocínio.

Primeiro consideremos os factores históricos: Portugal nunca esteve tão bem quando na altura da ocupação muçulmana. A tecnologia deu um avanço que mais tarde permitiu fazer as descobertas, e vivia-se num excelente período de criação tanto artística, como arquitectónica. A agricultura nunca esteve melhor. A seguir disso veio a cristianização, e consequentemente o feudalismo, as guerras com Castela e com o Norte de África, o poder excessivo do Clero e a inquisição. Aquilo que se chamou Idade das Trevas.

Depois passemos para o que foi feito em termos de democratização: Portugal é neste momento uma semi-república das bananas, com líderes incompetentes e corruptos, naquilo que se pode considerar uma “comédia nacional”. Nunca esteve muito melhor, e já que experimentámos reis, presidentes, ditadores fascistas, Verões quentes ou o Cavaquistão, porque não tentar um aiatola, um mullah ou um emir? E que tal um califa? Um sultão, como no Brunei, que eu gosto de sultanas.

Mas claro, o mais importante são as liberdades. O leitor lê “República Islâmica” e pensa logo no Irão. Mas porque é que teria que ser assim tão mau? Podíamos criar uma República Islâmica de Portugal (ou RIP), e manter todas as nossas características tão singulares. A única coisa que possa incomodar talvez seja o facto das mulheres deixarem de poder andar semi-nuas na rua, mas pensando bem, toda a libertinagem latina da treta que ostentamos hoje em dia só deu merda. Não consigo pensar como é que o país ganhou em ter as nossas miúdas de 13 anos a mostrar o pernil e metade da bunda.

Além disso, o véu islâmico não é assim tão mau. Umas criações da Ana Salazar ou do Augustus para os mais abastados, e uns galos de Barcelos para os mais pobrezinhos. Depois não se podia comer carne de porco, o que não é algo de que nos possamos orgulhar, mas passava-se a ter uma alimentação mais saudável, mais mediterrânica (como a cozinha turca e árabe), e éramos todos mais elegantes. E sem o consumo do alcool acabava-se com muita porcaria que vai acontecendo em lares e estradas do país. E a arquitectura? Já viram como são lindas as mesquitas? Se conseguimos fazer igrejas daquelas, imaginem as mesquitas que saíam.

E finalmente, quanto à justiça, posso garantir que todos que consideram que fulano ou outrano “devia era ser morto” por ter cometido um crime horrível, iam ficar contentes. É assim na República Islâmica de Portugal. Vão pensando no assunto.

Não percam amanhã: Porque não gosto de pessoas nascidas entre 1950 e 1960.

O show Pinto da Costa






Como sabem o presidente do FC Porto tem um irmão médico-legista, presidente do Instituto de Medicina Legal da invicta. Além de ter uma relação menos atribulada com a lei, tem também uma barba característica muito Darwiniana. Um homem inteligente, portanto. O Dr. Pinto da Costa foi convidado para o programa "Praça da Alegria" de ontem, falar do caso de um jovem que foi encontrado em Vagos com uma faca no peito, naquilo que se presume ser suicídio. A certa altura o Dr. deixou uma ideia importante: a solidão é um dos factores que mais contribui para o suicídio, pois as pessoas fazem uma introspecção e questionam as razões da sua solidão e tal, o que não é preciso ser médico para se compreender. Você que está sozinho agora no Natal, vá para a internet ou veja um bom filme e não pense em tanta porcaria. O mais engraçado do programa foi aquela senhora que aparecia atrás do Dr. Pinto da Costa, que mudava de expressão facial cada vez que se abordavam assuntos tão distintos, como os livores cadavéricos, ou ria quando o doutor fazia uma gracinha. Uma para a galeria.

Morreu o Rain Man


Kim Peek foi o homem que serviu de inspiração ao filme "Rain Man", com Dustin Hoffman e Tom Cruise. Peek nasceu em Salt Lake City, no Utah, com macrocefalia e outros problemas neurológicos, e desenvolveu mais tarde Sídroma de Savant. Só começou a andar aos quatro anos, e nunca foi capaz de executar tarefas motores simples, como atar os sapatos ou abotoar a roupa. Peek tinha um QI de 73, considerado "abaixo do normal", mas tinha uma memória fotográfica (ou eidítica) fabulosa. Gozou de alguma popularidade depois do filme, quando se tornou conhecido pelo "verdadeiro Rain Man". Morreu ontem aos 58 anos na mesma cidade onde nasceu. Era membro da Igreja dos Santos dos últimos dias, vulgo mormons.

As dez maiores banhadas cinematográficas da minha vida


Numa época em que a malta lá do bairro gostava de comédias italianas do tipo “Continuam a chamar-me Trinita” ou “Tutto va bene”, a Primavera de 1984 trazia “Flashdance” ao cineteatro local, e apenas com um ano de atraso. As meninas lá nos convenceram a ir, dizendo que aquilo era “um marco”, e lá fomos nós. Confesso que gostámos da indumentária e da energia de Jennifer Beals, mas quanto ao argumento do filme, só posso dizer que passámos uma hora a atirar papelinhos uns aos outros lá no cinema. Eu fui embora mais cedo.


Este foi uma “namoradinha” que eu tinha (só uns beijinhos e mãos dadas, nem uns apalpões) que me convenceu a ver com ela. Esperei sessões de beijinhos e festinhas durante “Top Gun”, mas o raio da miúda só tinha olhos para o cabrão do Tom Cruise, que se dizia ser “bom”. Não percebendo o sentido de “bom” que as adolescentes portuguesas empregavam quando se referiam ao Tom Cruise, respondi que o achava “razoável”. Quanto ao filme propriamente dito, uma merda. Completamente gay.


O Querido Lilás foi uma enorme banhada. Fui com um irmão e um amigo ver o filme, convencido de que se o Herman José é engraçado em televisão, deve ser hilariante no grande ecrã. Puro engano, e foi este o meu primeiro contacto com essa grande desilusão que é o cinema português. Passado uns anos, já na Universidade, vi “O Querido Lilás” na televisão, e até gostei. Pelo menos aguentei.


O que há de errado com “Rambo III”? O facto do herói Rambo, interpretado de forma alucinante por Sylvester Stallone, combater no Afeganistão lado a lado com os guerreiros Mujahideen, que são hoje os tais talibã que os americanos querem mandar pelos ares. Os inimigos eram os soviéticos, que por essa altura já andavam mais ralados com a ruína interna do que com a paranóia contra americanos. Este entra para a galeria dos 250 mil réis que perdi a ir ver esta bosta.


Este disseram-me que era mesmo bom. Um “Dracula” de Bram Stoker, que diziam ser um filme de terror mesmo a sério, com uma geração de actores “cool”, como Gary Oldman, Wynona Ryder ou Keanu Reeves, e ainda Anthony Hopkins, fresquinho de ganhar um oscar. Posso dizer que foi uma tarde muito aborrecida, com o único “terror” a sério consistir em Gary Oldman meter aquela língua fétida e imunda na Wynona Ryder.


Este filme até não é mau, mas escolhi mal a companhia. Fui em Macau com uma chavala com que saía pela primeira vez, e "Carlito's Way" não ajudava nada a quebrar o gelo. Violência, tiros, cenas de sexo intepretadas por Sean Penn, uma desgraça. Ainda por cima estava à rasca para mijar durante todo o filme, mas não quis sair para não deixar a miúda sozinha. Mais tarde vi pela televisão, e até achei interessante.


“The English Patient” tinha acabado de ganhar os oscares, e fui vê-lo o cineteatro de Macau com uma namorada que tinha um sentido crítico muito interessante: se o filme era aborrecido, adormecia no meu ombro. Adormeceu em “Quatro casamentos e um funeral”, em “The Jackal” e neste. Mas este, nem eu aguentei. Tão chato que fazia doer o cu.


Quero o meu dinheiro de volta. A minha mulher convenceu-me a ver “O Diário de Bridget Jones” no cinema, porque “ouviu dizer bem”. Para ela levar o maridão a um filme destes é a ideia de uma tarde bem passada, mas para mim foi péssimo. Meus senhores, ver filmes deste calibre no cinema é passar a mensagem: “sou um gajo intelectual e ao mesmo tempo em contacto com os meus sentimentos”. E isso é super-gay.


Este também não foi mau (tenho uma relação de amor-ódio com os filmes de Bruce Willis), mas não consegui parar de rir na cena em que ele consegue com o corpo equilibrar um camião de 20 toneladas à beira de um troço de estrada. A minha mulher não reagiu bem ao meu entusiasmo, e ralhou. “Die Hard 4.0” é bom para ver em casa, com o som muito alto, e um copo de vodka gelada.


O “Da Vinci Code” foi um filme que me deixou a sorrir, pois dá pissada na Igreja, e isso é sempre simpático. Só que no dia em que fui estavam lá no Cineteatro um bando de rapazotes e rapazotas mais interessados em falar no telemóvel e em comer pipocas do que em ver o filme. Lembro-me particularmente do jovem que estava sentado à minha frente que sorvia desesperadamente num copo de Coca-Cola do McDonald’s. Mais tarde vi o filme na TVB Pearl, e apesar dos 20 intervalos para compromissos publicitários, foi deveras agradável.

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